domingo no mato

Nós sempre gostamos de pegar uma estrada de chão. Estradas assim nos levam para lugares tranquilos, com cheirinho de terra molhada e barulhinho bom de passarinhos. No domingo, resolvemos levar o Davi para experimentar essa sensação gostosa de estar longe da loucura de uma grande cidade. Colocamos as bicicletas no carro e partimos rumo a Tomascar, um vilarejo em Rio Bonito, a cerca de uma hora de casa.

Além da tranquilidade de um vilarejo, Tomascar tem uma cachoeira linda e uma deliciosa comida da roça, as principais atrações do lugar. Por ser rica em morros e trilhas, também é frequentada por barulhentas motocross. Para quem tem bebês isso não é tão bom apesar de dar todo um clima offroad ao local. Na verdade, Davi não se incomodou com o barulho. Pelo contrário, ficava fissurado nos motoqueiros. Herdou o espírito aventureiro do pai.

Falando em aventuras, levamos a cadeirinha para ele andar oficialmente de bicicleta. Como fez seis meses e já senta com total segurança, a mamãe resolveu deixar. E ele amou! Ficava quietinho segurando no apoio e quando a bicicleta parava reclamava. Vê se pode! Muito danadinho, né?

Os sobrinhos tb foram com a gente. Quando comecei a namorar o Leandro, Duda, a mais velha, tinha 1 aninho, o Gui nem tinha nascido e a Tatá nem sonhava em nascer. A gente vivia juntos. Praticamente brincamos de casinha com eles. Hoje fico super feliz de vê-los brincando com o meu filho.

Depois do almoço, enquanto os meninos se embrenharam numa trilha, estendemos o tapete do Davi e ficamos apreciando a natureza local.

O domingo foi tão bom q já estamos programando o repeteco. Se alguém quiser dividir a mesa do almoço com a gente será um prazer!

seis meses

Estava ansiosa pelos seis meses mas agora q ele chegou tô com um apertinho no coração. Está passando muito rápido! Davi deixou aquela fase bebezinho q só fica deitadinho e depende da mamãe para tudo para entrar numa fase de busca pela independência. É lógico q isso me deixa muito feliz. Mas é inevitável não pensar como vou sentir saudades dessa época. Enfim! O importante é curtir muiiitooo todas as fases para quando chegar o lá na frente a gente olhar para trás com a satisfação de q amamos como se não houvesse amanhã.

E não é por nada não mas Davi está lindo. Acorda de manhã com um sorriso de orelha à orelha, senta com a segurança de quem sabe o q está fazendo e dá sinais de q entende tudo o q a gente fala. Esses dias estava sentado com um brinquedinho na boca e o pai chamou para ir na rua. A reação foi colocar o brinquedo na tapete e levantar os bracinhos para o papai. Mamãe ficou orgulhosa!

Finalmente rolou pra cá e pra lá mas continua acordando quatro vezes à noite – a causa-mor da cara de cansada da mamãe. As sonecas do dia apesar de curtas estão mais regulares. Fica um bom tempo brincando sozinho e adora quando uma outra criança divide o tapete com ele na rua. Estranhou um pouco a água geladinha da piscina mas continua gostando do banho de ofurô. Chico é o alvo preferido. Se passar perto, ele agarra mesmo. E já deve ter criado anticorpos pq nunca teve nenhum resfriado. Amém! Graças a Deus e ao leite materno!

E por falar em leite materno, muitos fogos para comemorar os seis meses de amamentação exclusiva. Fico até emocionada de falar sobre isso. Só eu e o Davi sabemos o esforço q fizemos para chegar até aqui. Dever cumprido com louvor! Ontem, ele estreiou no mundo colorido das frutinhas e na segunda começa a almoçar.

Uma nova etapa, uma nova fase, um novo recomeço. E nós, juntos, SEMPRE JUNTOS!

o melhor amigo do Davi

Eu tenho uma amiga de barriga. Minha mãe era amiga de trabalho da mãe dela enquanto estava grávida. Ela nasceu apenas cinco dias antes de mim e desde então a gente não se larga. Costumo dizer q ela é a minha mais antiga melhor amiga. Essa amizade é tão saudável, eu tenho tanto orgulho dela q torço demais para q o Davi viva isso tb. E ele já tem um super candidato a melhor amigo.

O Bernardo é nosso afilhado, filho de um dos nossos melhores casais amigos, os padrinhos do Davi. O Leo era amigo do Leandro de velhos tempos. Quando comecei a namorar o Leandro, há mais de dez anos, ele me apresentou à Nathalie, q já era casada com o Leo. Coitados! Acho q eles não imaginavam q a gente ia ficar tão amigas.

Vivemos muitos melhores momentos juntos: encontros, viagens, restaurantes, churrascos, conversas, o nosso casamento, risadas, praias, a tão sonhada gravidez do Bernardo e a feliz chegada do Davi. Sempre juntos. Primeiro nós quatro e agora nós seis.

E os dois pequenos parecem já saber disso. Foi lindo ver a carinha do Bernardo ao ver o Davi no hospital. Ele parecia ter entendido tudo q ouviu durante nove meses. Fez uma carinha de feliz e estendia a mão na nossa direção para fazer carinho no Davi. Nunca vou me esquecer dessa cena.

A pequena amizade só faz crescer. Se encontram, trocam carinhos, se olham, se apertam e constroem uma relação q em breve não terá nem mais a diferença de dez meses entre o nascimento de um e outro. O Davi foi no aniversário de um ano do Bernardo e espero q esteja presente em TODOS os outros.

Tem como o Bernardo não ser o melhor amigo do Davi? Sem chances!

 

menino do mundo

A frase q mais ouvimos desde o dia q o Davi nasceu foi: “Nossa, como ele é durinho”. Me lembro da minha mãe ainda no hospital constatando o q os dias seguintes só confirmaram. Quando ele tinha cinco dias, minhas cunhadas testemunharam o Davi me escalando. Ele chorava com fome e subia pela minha barriga, alternando as perninhas. Eu tb pensaria q é exagero de mãe se não tivesse acontecido comigo.

Desde sempre o Davi quis ver o mundo ao seu redor. Ele quase não ficou com o pescoço mole. Na consulta de um mês, o pediatra já disse q a coluna vertebral estava formada precocimente e por isso ele ficava com o pescoço durinho. Os meses foram passando e essa característica, se acentuando. E hoje vemos o quanto isso foi determinante para toda atenção q o Davi exigiu de nós.

Uma das coisas q mais planejei para o Davi é q ele seria acostumado a ficar no carrinho e no berço sozinho para a mamãe trabalhar. Hahaha! Chego a rir de mim mesma. Até ele completar cinco meses, isso foi praticamente impossível.

O Davi acabou ficando mais no colo pq teve muita cólica e mamava muito. E gostou. No colo, além dos nossos carinhos e cheirinhos, ele conseguia olhar tudo ao redor. Com dois meses ele já girava o pescoço com facilidade sem desequilibrar. No início me cobrava muito por isso. Quem não cresceu ouvindo q não podemos acostumar a criança no colo? Mas depois comecei a ler alguns artigos de médicos e psicológos q falavam q esse negócio de q colo não era bom é coisa do passado. Alguns deles até defendiam q o colo ajudava no desenvolvimento dos órgãos do bebê. Diante disso, resolvemos desencanar. No entanto, nunca desistimos de tentar. Se ele ficasse dez minutos na cadeirinha, na cama ou no berço admirando o móbile era lucro.

Mas não adiantava, tudo q limitava a sua visão não agradava. Eu já estava à beira de um ataque de nervos pq ele não queria andar no carrinho. Vários dias voltei para casa com ele no colo. O Leandro até descobriu q se sentássemos ele na bandeja superior do carrinho, ele ficava bem. Mas ainda assim estávamos longe do ideal. Pensei em desistir. Não aguentava mais deixar ele chorando ou voltar com ele nos braços. Daí, comecei a usar mais o sling.

Davi chorou no carrinho desde um mês até o dia em q conseguiu ficar sentado nele. Até ficava um dia ou outro sem chorar mas em seguida voltava a mostrar a sua insatisfação com a situação. A gente até levantava o encosto mas tínhamos medo de forçar muito a coluna dele. Aos quatro meses, ele começou a sentar e um belo dia resolvemos levantar todo o encosto do carrinho. Foi a solução dos nossos problemas. Coincidência ou não, faz duas semanas q ele parou de chorar para andar no carrinho.

Confesso q não esperava ter tanto trabalho (apesar de a minha mãe dizer q o Davi é super tranquilo. Vó é vó!). Na verdade, a gente não sabe NADA antes de ter filho. Na minha ingenuidade pré-maternidade eu achava q até os três meses ele ia dormir muito, depois de um mês a gente ia passear bastante e com quatro, já ia sair de carro sozinha com ele para tudo q é lugar. Amargo engano! Para vcs terem uma idéia, eu só dirigi duas vezes depois q ele chegou, o Davi quase não dormia de dia e depois q eu saí a primeira vez eu pensava dez vezes antes de sair. E olha q o Davi nem é o tipo de bebê q dá mais trabalho não. Ele é um típico bebê q precisou de todo esse tempo para se adaptar a esse mundo tão rico de sensações.

Sinto o Davi amadurecer a cada dia. Já consigo sonhar com um seis meses mais tranquilo. E o bom é q eu só pude comprovar o q cresci ouvindo: na vida tudo passa. Os bebês passam por fases, umas mais difíceis do q outras. Mas passa! E o tempo vai passando e a gente esquecendo. Q bom, né? Se não, quem em sã consciência teria mais de um filho?

(longe de mim reclamar do meu filho! Ainda na barriga, eu falava q ele poderia vir de qualquer jeito (calmo, agitado, irritado, sensível) q eu estaria aqui para passar por tudo com ele. E assim é! Mesmo nos meus momentos mais exaustos, faço tudo com o prazer q só uma mãe sente por estar ao lado do filho)

Olha ele aí na modalidade emergência. Quando não dá para ser dentro, vai na bandeja mesmo…

deu para sentir q nós somos pegajosos, né?

boa mãe

Uma amiga fez um post de dia das mães no blog dela com um texto publicado pela sua própria mãe no facebook. Perfeito para refletirmos sobre o papel de mãe. É daqueles para ler várias vezes durante toda vida.

“A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.
Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.
Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto deles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.
A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres.
Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.”

no pediatra, aos cinco meses

Sexta-feira foi dia de pediatra. Dessa vez a visita deixou uma pulguinha atrás da orelha. Está tudo ótimo com o Davi (graças a Deus!) mas o ganho de peso dele deu uma desacelerada. E é incrível como mãe sempre sabe das coisas. Eu sabia q assim seria. Sempre percebi q a minha produção de leite não era lá grandes coisas. Muitas foram as vezes q o Davi chorou enquanto mamava e não tinha mais leite no peito. Provavelmente tenho um atraso na ejeção do leite e é isso q o deixa impaciente. Ele começa a mamar, o peito seca e só depois de alguns minutos desce de novo. Não é em todas as mamadas mas geralmente na última, quando ele está com mais sono.

O dr. Antonio me deixou bastante tranquila em relação ao peso. Segundo ele, o Davi vai recuperar isso fácil quando começar a comer. Mas não adianta q aquela culpa q nasce junto com o filho rapidamente bateu na porta do meu coração. Será q fiz certo? Sempre resisti a dar complemento para o Davi. Ele tomou poucas vezes antes dos cinco meses. E quase todas as vezes foram pelo Mama Tutti, um ótimo método de translactação, q ele rejeitou depois de um tempo. Será q eu não deveria ter dado mais vezes? Pq eu tenho todo esse preconceito com o complemento? Será q sacrifiquei o Davi para provar ao mundo q seria capaz de alimentá-lo?

Difícil encontrar respostas para essas perguntas. Talvez elas nem existam. A única certeza q tenho é q sempre quis o melhor para o meu filho. Eu via o quanto algumas mamadas eram sacrificantes para nós e tinha medo q com a introdução do complemento ele largasse o peito e eu me acomodasse nas mamadeiras. Tudo bem q poderia usar o copo ou a seringa para dar o complemento. Mas isso tb seria muito desgastante. Além disso, o Davi sempre ganhou peso e fazia no mínimo seis fraldas de xixi por dia. Era a comprovação de q estava sendo alimentado. Daí, decidi seguir em frente. Passei por cima de toda a angústia de vê-lo chorar (muitas vezes chorei junto) para q ele recebesse o melhor alimento.

O Davi é guerreiro, só está começando a trilhar seu caminho na vida. Pelo caminho vai encontrar muitas outras pedras. Por diversas vezes terá q fazer o q não gosta para continuar no caminho. Essa é a lógica da vida bem vivida!

Refleti muito depois q saí do consultório. Expulsei a culpa do meu coração e agradeci por ele ser saudável, por ter ganho 600 gramas e por estarmos chegando próximo da adaptação alimentar. Mais alguns dias, o Davi vai tomar suquinho, almoçar e comer frutinha. Ai q lindo!

De resto, Davi se desenvolve muito bem. Deixou o tio Antonio espantado com a segurança do sentar, confirmando o q ele já dizia desde o início: menino precoce. Só precisamos incentivá-lo a rolar. Deitar definitivamente não é a posição favorita do Davi. Ele só fica bem quando consegue ver o mundo ao seu redor. Mas isso é assunto para o próximo post.

PESO: 6,870 kg :::::: ALTURA: 65 cm