a festa do Davi – os contras

Difícil falar do lado negativo de um momento que te fez muito feliz. Mas ele existe e acho bom ser falado até para não cair no esquecimento.

Em primeiro lugar, organizar uma festa exige investimento de tempo e dinheiro. Insvestimento alto, diga-se de passagem. O Davi nasceu numa época ruim para fazer qualquer coisa. Vinte e dois de dezembro, véspera de Natal, todo mundo enrolado até a alma. É nessa época do ano que mais trabalhamos. Setembro, outubro, novembro são meses de alta temporada para casamentos e temos um prazo menor para a entrega dos materiais já que entramos de recesso no final do ano. E em 2012 tudo foi mais louco porque precisamos conciliar os cuidados diários com o pequeno, o trabalho e os preparativos para o aniversário. Hoje olho para trás e não sei como consegui.

Além disso, minha família sentiu essa agitação toda. Eu consigo viver esse “tudo ao mesmo tempo agora” com facilidade mas o Leandro não. Para ele é bem mais difícil. Nos estressamos algumas vezes e tive que ter bastante jogo de cintura para contornar as situações. E ter jogo de cintura às vezes cansa. Sem falar nos efeitos desses dias corridos no Davi. Nas duas semanas que antecederam ao aniversário ele ficou muito mais grudado em mim. Parece que sentia que eu estava distante, muito ocupada com outras coisas e queria se fazer perto. Além disso, teve episódios de não querer comer, de acordar mais vezes de madrugada, típicos de uma ansiedade.

A prova disso foi a mudança do pequeno nas nossas férias. Ele estava bem mais relaxado, comendo bem. Voltou a tomar suco e água de côco, experimentou novos alimentos, parou de só me querer, dormiu muito bem durante as noites.

Mas o meu maior arrependimento foi em relação ao Natal. Não tive tempo, ânimo e forças para apresentar o Natal ao Davi. O tempo foi passando numa velocidade assustadora e eu não consegui arrumar a casa do jeito que eu gostaria, levá-lo para tirar foto com Papai Noel e nem mostrar a magia do Natal para ele. Quando me dei conta já tinha passado e nós nem entregamos o presentinho que comprei pela internet e rezei para chegar antes do dia 24.

Fico triste até hoje por isso. Eu sempre adorei Natal. Acreditei em Papai Noel até uns sete anos. Ficava na janela da casa da minha vó imaginando que ele viria no trenó, passaria por trás de uma antena de telefone bem grande que tinha lá perto e deixaria o meu presente. Essa imaginação é forte dentro de mim até hoje. Descobrir que ele não existia foi uma grande decepção mas eu já estava numa idade tão avançada que minha mãe precisou me contar a verdade. Apesar da decepção, olho para trás e me orgulho de ter acreditado nessa história linda, de ter vivido a magia do Natal até o limite da idade, se é que isso existe. E por isso, quero fazer a minha parte para o Davi viver essa magia também. Dá para entender o porque eu fiquei tão triste por ter deixado esse Natal passar em branco?

A verdade é que não dá para abraçar o mundo (para uma ariana em potencial, é difícil entender isso!). Assim como eu tenho prioridade em diversos setores da minha vida, preciso ver o que é prioridade em relação ao Davi. Fazer festa grande definitivamente não é prioridade. O investimento é alto, o trabalho é muito, principalmente na época em que o Davi nasceu. Agora, depois de eu ter a real dimensão das consequências de um evento assim, já decidi: esse ano não teremos festa. Ainda não sei direito o que fazer para comemorar, talvez um piquenique, talvez uma viagem. Mas já sei de uma coisa: estaremos felizes! Porque essa é a busca da vida, pelo menos da minha!

(a gente num momento relax nas férias)

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