me rendi

A chupeta esteve nos meus planos muito antes do Davi nascer. Tinha convicção de que ela faria diferença nos momentos de angústia do meu cotoco. Queria inclusive que ele tivesse de várias cores para combinar com as roupas ( a louca!). Mas, como a maternidade vem para nos mostrar de vez que nós nem sempre estamos no controle, Davi não quis saber da bendita. Para dizer a verdade, ele chupou um pouquinho quando chegou do hospital mas conforme ia mamando mais, menos interesse tinha. Tentamos por algumas semanas e acabamos desistindo.

Mas, todas as vezes que meu esgotamento dava sinal de vida, pulava uma pulguinha atrás da orelha dizendo se não valeria a pena tentar de novo. Algumas vezes desistia logo, outras tentava e ele nem tchum. Até que começamos a fazer o desmame noturno, aos sete meses. Tiramos o peito da madrugada e o de depois do almoço. Substituímos por mamadeira e um belo dia percebi que o Davi ao invés de beber o leite estava só sugando o bico. Plim, plim (piscou uma luzinha em cima da cabeça)! Fui eu pegar a chupeta que tinha comprado no mês anterior (no auge do desespero eu comprei uma chupeta +6 meses). Coloquei na boca do Davi com o coração acelerado. Mais da metade de mim não queria que ele pegasse a bendita. Mas o pouquinho que me restava de esperança por momentos menos angustiantes me obrigava a tentar. Tcham tcham tcham! O danadinho pegou de primeira e eu quase caí dura no sofá. Como pode uma criança que rejeitou meses e meses a chupeta, colocá-la na boca como se tivesse saído de mim com uma? Eu, hein!

Mas quem disse que eu ia deixar? Fizemos uma reunião, discutimos os prós e os contras e decidimos não dar a chupeta. Ele já estava com sete meses, em pouco tempo íamos passar um sufoco para tirá-la. Além disso, estávamos caminhando para o desmame definitivo e tínhamos grande chance de confundir tudo. NÃO! Não nos renderíamos!

Dois meses passaram, o Davi já não mamava mais no peito, dormia super bem e acordava uma vez de noite. Estávamos dando 3 mamadeiras: uma de noite, uma de madrugada e uma depois do almoço. Sem essa ele não dormia à tarde. Isso já me incomodava porque acabava sendo bem próximo da hora do almoço. Passava o dia bem humorado até chegar o final da tarde, início da noite. Nessa hora batia uma angústia nele, uma necessidade de algo a mais. Mamadeira nem pensar! O pediatra tinha liberado de 2 a 3 e ele já usava as três chances. Tentamos de muitas formas e nada resolveu. Até que um belo dia, ele estava caindo de sono, chorando muito, eu tentei fazê-lo dormir, minha mãe tentou e nada funcionou. Num ímpeto revolucionário, peguei a chupeta e coloquei na boca do bichinho. Ele desmaiou na mesma hora. Foi instantâneo: colocamos a chupeta e ele dormiu como que dizendo que era aquilo que estava faltando.

Desde então, nos rendemos. Mas assumimos um compromisso familiar de só ceder em momentos ligados ao sono. Acordou, bye bye chupeta. E tá funcionando bem! Substituimos a mamadeira de depois do almoço e é nessa hora que usamos mais. De noite tem vezes que ele dorme com e tem vezes que dorme sem. Dificilmente passa a madrugada chupando e não acorda porque caiu. De manhã, o seu melhor horário ever, ele não chupa nunca, nem para o cochilinho matinal.

E a chupeta realmente conforta a criança. Já aconteceu de sairmos para comer uma pizza com amigos e conseguirmos ficar até um pouquinho mais tarde porque o Davi conseguiu dormir com a ajuda da chupeta.

Se eu disser que estou feliz porque agora usamos chupeta estarei mentindo. Não era o que eu queria nesse momento. Mas estava difícil lidar com esses momentos de maior angústia. Era nítido que o Davi sentia falta de alguma coisa para sugar. E eu estava receosa de ficar dando muita mamadeira a ele. Por mais que a minha razão pedisse para não dar porque depois teríamos o trabalho de tirar, a minha intuição pedia para tentar.

Estamos tentando. Por enquanto, estou satisfeita com os limites impostos às situações e horários. Mas ele tem apenas dez meses e talvez ainda não tenha consciência do que esteja acontecendo. Com o passar do tempo, a dependência tende a evoluir. Pretendo estar sempre atenta para se amanhã achar que não vale mais, jogar a chupeta fora.

Dúvidas que não querem calar: até quando ele vai chupar? vamos ser fortes o suficiente para tirar? ele vai ter crises de abstinência? vou me arrepender MUITO depois? Aguardem as cenas do próximo capítulo!

desmame – parte 3

A introdução alimentar do Davi não poderia ter sido melhor. No quinto mês, ele tinha dado uma desacelerada no crescimento. Como faltava só umas duas semanas para completar seis, optamos por deixar tudo como estava e entramos com suco, almoço e fruta de uma vez. Ele ADOROU!!! Logo nos primeiros dias, já pegava a minha mão e colocava na boca dele como q entendendo o papel da comida na sua vida.

Vivi um dos momentos de maior emoção da nossa história. Ter completado seis meses de amamentação exclusiva foi uma grande vitória. Talvez eu mesma acreditasse pouco q conseguiria. Por várias vezes pensei em desistir, em entrar com complemento. No entanto, a teimosia não deixava. Pensava assim: se o Davi estava ganhando peso e fazendo mais de seis fraldas de xixi por dia, era o sinal de q estava sendo alimentado. Logo, era só continuar com a livre demanda. Mesmo sendo incômodo para ele e para mim, seria por pouco tempo. Vivi um dia cada vez, respirando fundo a cada manhã. E funcionou!

E aos seis meses, começamos a viver o nosso melhor momento. Eu ainda não dormia mas já conseguia respirar. Ele já ficava sentado e a vida mudou depois disso. Parou de chorar para andar no carrinho e começou a brincar sozinho com os brinquedos. Nós ganhamos mais autonomia e segurança. Era um sinal de q a intensa fase de adaptação estava chegando ao fim. Isso já me dava muita tranquilidade e força para seguir a diante.

Curtimos muito essa fase. Adoro preparar a comidinha dele. Tenho um prazer imenso de comprar, organizar, preparar, colocar no prato e dar a comida. Primeiro pq sempre pensei em comprar alimentos orgânicos para minha casa e acabava adiando os planos por q era mais caro e tal. No entanto, depois q o Davi nasceu decidimos q isso seria prioridade nas nossas vidas. Atualmente, a imensa maiores dos legumes, verduras e frutas aqui de casa são orgânicos. A saúde da família agradece muito. Segundo pq me sentia mais livre para sair com ele e passar o dia fora. Apesar de um monte de gente ter me falado q ficaria com saudade do peito exclusivo pq era mais prático, eu nunca senti isso. Talvez pq o Davi nunca me deu uma sensação de saciedade depois de mamar. Essa sensação só sentimos quando ele começou a comer. E por último, nunca tive problema em parar em qualquer lugar para dar comida.

Mas a esperança de uma noite mais justa de sono estava quase descartada. Não, ele não dormiu mais depois de almoçar e jantar. Pelo contrário, quanto mais o tempo passava, mais ele acordava. Depois dos seis meses, eram quatro, cinco vezes por noite. Estava bem claro para nós q o Davi acordava pq tinha o vício do peito e queria o calorzinho da mamãe. Eu estava fisicamente esgotada. Não aguentava mais levantar tantas vezes à noite. E nada me convencia q aquilo estava sendo bom para o meu pequeno. O meu coração de mãe sempre disse q o Davi só teria uma noite de sono tranquila depois q parasse de mamar. Refletimos, conversamos e decidimos: tinha chegado a hora.

desmame – parte 2

O Davi dormiu muito bem nos primeiros meses. Apesar de ter passado as noites do hospital em claro, já na primeira madrugada em casa dormiu quatro horas direto. E assim foram a maioria das noites. Teve uma semana q ele dormiu seis horas direto quase todos os dias. Eu acordava praticamente uma só vez para amamentar. E isso era o q mais me confortava. Apesar dele mamar muito e quase não dormir de dia, nossas noites eram ótimas. Eu quase podia apostar q com 3 meses ele dormiria a noite inteira.

Ainda bem q não apostei. Exatamente na semana q fez 3 meses, o Davi começou a acordar 2 ou 3 vezes de madrugada. Durante os primeiros dias pensei q pudesse ser um impulso de crescimento (teorias da encantadora de bebês). No entanto, o sono não regularizava. Pelo contrário, estava cada dia pior. Eu suava para conseguir colocá-lo no berço sem acordar e chorar. Ele diminuiu o tempo das mamadas da madrugada mas em compensação acordava duas ou três vezes quando era colocado no berço.

Virei zumbi. Várias e várias vezes dormi na poltrona de amamentação. Logo eu q nunca consegui dormir sentada fui vencida pelo cansaço. Era incotrolável. Eu ficava puta quando acordava e estava ali há uma, duas horas. Teve vezes do Davi me acordar pq já tinha passado o intervalo de uma mamada a outra.

E foi aos três meses q voltei a fotografar os casamentos. Sou autônoma e não podia demorar muito a voltar ao trabalho. Apesar de aceitar q era necessário, não foi fácil. Além de me questionar se não tinha me precipitado, ainda tinha toda a tensão de ter ficado um tempo longe. Eram muitas questões para muito cansaço. Só mesmo todo o amor de gerar uma vida, ter um filho em casa, vibrar com os primeiros sorrisos, realizar um sonho, para suportar tamanha pressão.

O Davi ia começar a ficar sozinho com a minha mãe e eu precisava tirar leite para deixar. Não queria dar complemento de jeito nenhum. Dentro de mim, achava q poderia fazer mal a ele, q não estaria dando o meu esforço máximo. Passei a tirar o leite com a bomba elétrica. Foi aí q comecei a perceber q a minha produção poderia determinar a quantidade de vezes q o Davi mamava. Tinha q deixar 3 vidrinhos de 150 ml para ele passar umas nove horas longe de mim. Eu suava para conseguir. Um dos potinhos eu tirava durante o casamento. Ficava umas seis horas sem amamentar e conseguia tirar no máximo 150 ml. Durante a semana, tirar só de dia não era suficiente. Sabe o q eu fazia? Tirava de madrugada, quando a produção era maior. Antes de dormir, deixava a bomba próximo à cadeira de amamentação. O Davi acordava e enquanto ele mamava num peito, eu tirava o leite do outro. Imaginava a habilidade q tinha q ter para segurar o bebê, a bomba e tirar o leite. Ah, e não podia cochilar.

Consegui fazer assim até os cinco meses. Mas depois disso foi impossível. Ele estava crescendo, a minha produção diminuindo e eu não tinha mais disposição para trabalhar, acordar 2, 3 vezes de madrugada, cuidar do Davi e tirar leite. Era humanamente impossível. Me rendi à fórmula aos sábados. E tudo indicava q ele havia se habituado a mamar pouco. Nessa época, poderia tomar pelo menos 180 ml de leite. Mas ele tomava no máximo 150 ml.

Minha intuição de mãe sempre disse q o Davi mamava muito pq a minha produção era pequena. E essa é uma das minhas principais convicções adquiridas com a experiênia de amamentar. Acredito com firmeza q todas as mulheres podem amamentar. Mas tb acredito q algumas produzem mais leite do q outras. E as q produzem menos leite precisarão amamentar os pequenos mais vezes para compensar e até mesmo para dar continuidade à produção já q só a sucção é capaz de manter a fábrica a pleno vapor. Se eu tivesse introzido o complemento neste momento talvez não tivesse amamentado até os oito meses já q ele sugaria menos e consequentemente desestimularia a sucção.

Contudo, aos 3 meses de fato entramos num fase diferente. As cólicas tinham ido embora fazia um tempinho, nós já conseguíamos ir na casa dos avós sem ele chorar, fazíamos alguns passeios ao ar livre.  Sentíamos mais seguros e o Davi amadurecia a cada dia. Era como se ele estivesse subindo degrau por degrau uma escada q o levaria à total adaptação ao nosso mundo. E o nosso amor só crescia. É impressionante como essa relação é construída no dia a dia. Aos 3 meses havia uma troca bem maior entre nós. O Davi já nos respondia com um sorriso, um sussurro, um barulhinho gostoso de ouvir. Isso era muito recompensador. Eu podia dormir muito mal a noite mas toda vez q o pegava pela manhã e ele sorria para mim era como se nada tivesse acontecido.

E ainda havia uma esperança: a introdução alimentar. Apesar do meu coração me dizer outra coisa, eu não podia deixar de acreditar q noites melhores viriam aos seis meses.

desmame – parte 1

Davi não mama mais. Já faz quase um mês. Demorei a conseguir falar sobre isso aqui. Primeiro pq foi muito difícil tomar essa decisão tão definitiva. Segundo pq aceitar q no meu ponto de vista o desmame era o melhor para a nossa família tb foi difícil. Além de tudo isso, tô na fase mais intensa de trabalho do ano, sem tempo e disposição para nada além de cuidar do Davi, da família e das minhas noivas. Logo, falar sobre o q me faz sentir uma pontinha de culpa foi adiado muitas vezes. No entanto, não quero deixar de falar. Muito se fala sobre a amamentação prolongada, seus benefícios, sua importância mas pouco se fala sobre as adversidades e o desmame. Por isso, quero deixar aqui a minha experiência.

Longe de mim desestimular a amamentação. Defendo com unhas e dentes a amamentação exclusiva até seis meses. Nossos filhos precisam muito disso. E, com pouquíssimas exceções, todas as mulheres são capazes de amamentar. O meu objetivo com esse post é mostrar para vc q me lê q vc não é a única a passar por todas essas dificuldades. Todas passam! A amamentação está longe de ser um caminho só de flores. Para muitas, e eu me incluo nesse grupo, o único prazer da amamentação está em saber q estamos oferecerendo o melhor para o nosso filho.

Ainda grávida, decidi q iria amamentar. Queria muito viver essa experiência. Sabia q não seria fácil. Mas confesso q não imaginava tantas dificuldades no nosso caminho. Logo nos primeiros dias tive uma dolorosa mastite, acompanhada de febre alta, calafrios e muita dor no seio. Resisti bravamente e continuei amamentando o pequeno, sem complemento. Mais ou menos nessa mesma época o Davi começou a mamar muito. Muito mesmo. Eu amamentava praticamente de hora em hora. Me lembro q na hora do almoço, acabava de amamentar e ia para a cozinha esquentar a comida. Qd sentava na mesa, ele acordava e não dava tempo de comer. Tinha q parar tudo para dar mama de novo. Isso se repetiu quase todos os dias durante semanas.

Hoje consigo falar o quanto aquele momento foi difícil. Tinha acabado de ter o meu primeiro filho, sonhei demais com aquele momento, os hormônios estavam em ebulição, me cobrava estar MUITO feliz. Não q estivesse infeliz mas a “vida” nos vende uma imagem de maternidade 100% feliz q eu acho quase impossível sentir nos primeiros dias q sucedem ao nascimento do primeiro filho.

Davi nasceu em 22 de dezembro. Tive alta do hospital na véspera do Natal. Durante 28 anos passei essa noite com a grande família Antunes. Dois dias intensos com mais de 50 pessoas. Esse ano passamos eu, o Leandro, o Chico, minha mãe, minha irmã e o Davi, o melhor presente de todos os tempos. A noite foi ótima mas serei hipócrita se disser q não senti falta dos burburinho, da gritaria, do avanço à ceia, da minha vó preocupada se a comida ia dar para todo mundo, do amigo oculto, das risadas, da troca de presentes e da deliciosa rabanada da matriarca dos Antunes.

Depois veio o reveillon, q foi ainda mais difícil. É nessa época q viajamos e aproveitamos para descansar da alta temporada de casamentos. Estamos sempre acompanhados de amigos e curtindo os primeiros dias do verão, minha estação do ano favorita. E neste verão, a praia, meu refúgio favorito, era uma realidade impossível. Depois disso, ainda veio o Carnaval e eu já estava louca como retomar a vida. Mas o Davi ainda não permitia.

Como uma mãe obediente ao pediatra, eu não saía com o Davi para lugares fechados. E sob um sol de rachar, não dava nem para ir a lugares abertos. A melhor opção era ficar em casa no ar condicionado. E este é o programa q menos gosto na vida. Nas horas vagas amo estar na rua, conversando, vendo as modas, passeando. Além disso, todas as vezes q a gente experimentava um programa novo, o Davi estranhava. E tem coisa mais desgastante do q estar fora de casa com um bebê chorando, se sentindo mal? Parei de tentar sair e me recolhi ao conforto do lar.

Somado à tudo isso, ainda tinha as cólicas, q foram intensas até os 2 meses. Eu não comia nada (e isso tb mechia muito comigo) e o Davi teve muitas dores. O pediatra dizia q isso era normal, q fazia parte da formação intestinal mas ver o seu filho tão pequeno, tão indefeso, gritar de dor é de cortar o coração.

O primeiro filho faz isso com a gente, né? Programei milhões de coisas antes do Davi nascer, estava super ansiosa para lhe apresentar o mundo, tinha certeza q teria controle de tudo e quando ele chegou me vi sem o controle de nada. Não era dona nem mais do meu corpo. O meu tempo, o meu peito, a minha alimentação eram dele. O meu coração tb. E só mesmo esse amor q nasce junto com filho para manter a serenidade da mãe intacta.

Lá trás eu não tinha consciência do quanto tudo estava sendo difícil para mim. Só hoje consigo ver isso. Graças a Deus, consegui manter a calma. Repetia para mim o tempo todo q o Davi precisava de mim, q para ele estava sendo muito mais difícil. Vivi um dia de cada vez, contando os minutos para essa fase inicial passar rápido. Sonhava com os três meses. Todo mundo dizia q tudo passava no terceiro mês. Mas com o Davi não foi bem assim e esse é o assunto do próximo post.

desmame noturno

Faz quase um mês q estamos batalhando pelo desmame noturno. Davi chegou ao ponto de acordar de hora em hora durante uma semana. Não dava mais para continuar. Ou eu SURTAVA ou ele ia dormir na minha cama ou a gente fazia o q o pediatra tinha autorizado e q era mais coerente: o desmame da noite.

Surtar não dava pq mais do q nunca o Davi precisava da minha força e segurança para mostrar q aquilo não era necessário para sua vida. Passamos por outros momentos difíceis e sempre me mantive calma. Não era agora, numa “ótima” oportunidade de mostrá-lo quem estava no controle, q eu ia desistir.

Cama compartilhada sempre foi um dos meus principais medo. Eu, Camilla, casada com o Leandro, sempre tentei evitar q o Davi estivesse na cama com a gente. Primeiro pq acredito q na vida tudo precisa ter ordem. A cama é do papai e da mamãe, o berço é do Davi. Fizemos um quarto lindo para recebê-lo e precisamos usá-lo. Segundo pq o Chico, nosso cachorro, dorme nos nossos pés. Agora isso nem é mais um problema pq os dois já se enroscam q é uma beleza. Mas no início eu tinha medo desse contato muito próximo.

E aí vcs vão me perguntar: ué, cadê a ordem? Bom, o Chico é um cachorro. A hora q eu não quiser mais q ele durma nos nossos pés, eu posso colocá-lo para fora do quarto e fechar a porta. Ele não vai chorar, esperniar. Vai simplesmente dormir na sua caminha. Fácil assim! Como ele se comporta bem, resolvemos manter o padrão pré-Davi. (temos certeza q muito em breve ele vai mudar de cama. Ou alguém duvida q os pés do Davi serão muito mais atraentes para ele?)

Por último, o Davi passa o dia todo com a gente, o q já cria uma certa dependência. Preciso trabalhar e ele precisa dormir com alguém para isso. Imagina se ele dormisse na nossa cama? Tudo poderia ser bem mais difícil.

O fato é q desejo muito q o Davi tenha autonomia, disciplina e segurança. Acredito q tudo q fizermos agora será mais fácil para ele mais tarde. Acho muito mais difícil tirar da cama depois. É lógico q ele pode ficar doente e por cansaço eu colocá-lo na cama comigo e ele acabar não saindo. Não estou livre disso. Mas, enquanto tiver força, prefiro levantar de hora em hora para amamentá-lo na poltrona.

Por essas e outras, respiramos fundo e partimos para o desmame noturno. Dentro de nós, algo dizia q seria o melhor para ele. A primeira noite foi pavorosa. Amamentei e uma hora depois estava o baixinho acordado. Leandro pegou ele no colo, conversou, explicou q ele tinha acabado de mamar e q era a hora de dormir. Ele chorou mais de 30 minutos. Era um choro sentido, alto, revoltado, de quem não estava sendo atendido. Meu coração doía de ouvir e de não poder chegar nem perto. Quanto mais cheiro do peito ele sentisse, mais sofrido seria. Tentava me distrair com outras coisas mas as lágrimas insistiam em cair. Repetia um mantra para mim mesma: vai ser melhor para ele, vai ser melhor para ele. Até q ele dormiu. E dormiu por 3 horas seguidas, o q não acontecia há muuuuuito tempo. Era o sinal q devíamos continuar com a orientação do pediatra.

O segundo dia tb foi difícil. Ele chorou mais do q o primeiro. Nos mantivemos firmes. Ele já tinha dormido melhor no dia anterior. Pensava: precisamos estar no controle. Isso faria toda a diferença no nosso caminho. E deu certo de novo. Ele dormiu umas quatro horas. A partir da terceira noite as coisas começaram a melhorar. O Davi já aceitava dormir com o Leandro. Mas tinha q ser o Leandro. Comigo a história era bem diferente. Cheguei a tentar fazê-lo dormir uma vez mas não deu muito certo. Ele não parava de chorar, já era madrugada, Leandro estava preocupado com os vizinhos e eu acabei cedendo. Foi a primeira e última vez q tentei. Prefiro não tentar do q tentar e ceder no final. Se eu levantar, já amamento logo.

Quase sempre o Leandro faz o Davi dormir. Ele acorda umas 3 horas depois, o papai nina ele de novo ou dá uma mamadeira e ele dorme mais umas 3 horas. Até tem dias q ele dorme quatro, cinco horas direto (e isso tem se repetido cada vez mais). Mas na maioria das vezes o esquema funciona assim. Aí eu levanto e dou mama. Ele dorme mais umas duas ou três horas e mama de novo. E acorda com outra fisionomia: sem chorar, sozinho, levanta e fica em pé no berço, conversando sabe-se lá com quem.

Estamos longe do ideal da noite inteira de sono. Mas já conseguimos mudar a realidade de acordar muitas vezes de madrugada. Hoje eu levanto umas duas vezes e acho isso o máximo.

Faz umas duas semanas q tb tiramos o peito antes da soneca da tarde. E já estamos sentindo a diferença. A rotina de sono do dia melhorou MUITO. Na maioria das vezes, ele dorme quase duas horas. Antes, ele acordava de 30 em 30 minutos e sempre chorando muito por ter acordado. Agora dificilmente ele dorme menos de uma hora e acorda de um jeito bem mais feliz e satisfeito.

A nossa idéia é desvincular o sono do peito. Assim será mais fácil para o desmame definitivo. Sim, nós já optamos pelo desmame. No início me senti uma megera só de pensar nisso. Mas agora, com o apoio do Leandro (sempre ele!) já me livrei da bendita culpa e me resolvi com a questão. Psicologicamente falando, acreditamos q será o melhor para ele nesse momento. Mas esse assunto polêmico fica para um próximo post. Wish me lucky!!!

(alô, alô companheiros de blog, essa é apenas a minha opção enquanto mãe. Eu acho mesmo q todo mundo precisa estar bem resolvido com as suas questões. Se o seu filho dorme na sua cama e vc é feliz assim, viva esse momento sem culpa. Uma hora ele vai querer voltar para o quarto dele. Caminhos diferentes levam ao mesmo lugar! O tempo está passando MUITO rápido, não dá para ficar perdendo tempo com sofrimentos. Vambora ser feliz, minha gente! Nossos pequenos merecem!!!)

a comidinha do Davi

Quando era criança, adorava brincar de casinha e tudo q estivesse relacionado à tal. Tinha uma variedade enorme de brinquedos para alimentar mais ainda a imaginação. E um dos q eu mais gostava eram as panelinhas. Fazer comidinha para as minhas bonecas era uma grande diversão. Hoje vejo o quanto essas lembranças continuam fortes dentro de mim. Estou adorando essa fase de introdução alimentar do Davi. Ir ao sacolão, pensar na combinação dos legumes, arrumar o pratinho, dar a comidinha. Gosto de todas as etapas.

Talvez pq o Davi tenha aceitado muito bem (pelo menos os legumes). Talvez pq a fase de amamentação exclusiva foi um pouco desgastante. Talvez pelo colorido lindo do prato. Talvez pq tenho dentro mim uma “amélia” q não me larga. O fato é: não tive saudades da fase anterior.

O pratinho do Davi fica uma graça. Por indicação da Iris – aquela minha amiga-linda-nutricionista – cozinho todos os legumes separados e com pouca água. Às vezes uso a panela de pressão para ser mais rápido. Mas sempre deixo a água secar para perder o mínimo possível de nutrientes. Com a super ajuda da Marinete, minha amiga do lar, faço comida para dois dias e guardo os legumes em potinhos separados na geladeira. O mesmo acontece com o feijão, o arroz e o macarrão. Todos os alimentos são muito bem cozidos e com bem pouco sal.

Todos os dias, o Davi come três tipos de legumes: um branco, um amarelo e um verde. No almoço, o branco pode ser substituído por arroz ou macarrão, de preferência integral. A carne tb é obrigatória nas refeições. No início, dava só o caldo do músculo. Agora, ele já come frango e carne vermelha desfiadinhos. Eu fico impressionada como o Davi mastiga os alimentos sem os dentinhos (não nasceu nenhum ainda). Mérito do peito da mamãe. O bebê q mama no peito desenvolve muito bem a sucção e tem mais facilidade para a mastigação.

Na hora das refeições, esquento os potinhos no microondas, amasso os legumes com o garfo e coloco separado no pratinho. Também dou uma amassadinha no arroz e passo o feijão na peneira. A carne não falta. O pediatra só não liberou o peixe por ser muito alergênico. Desfio bem o coloco no cantinho do prato.

95% dos alimentos do Davi são orgânicos. Perto da minha casa tem uma lojinha ótima q compra direto do produtor e vende no varejo. O preço é melhor do q os supermercados q vendem em bandejas. O único problema são as frutas, q tem pouca variedade. Daí, o q não acho lá, compro no hortifruti. O bom disso tudo é q agora nós tb passamos a comer mais alimentos orgânicos. Sempre acreditei q quanto mais natural, melhor os benefícios para o nosso corpo. Tenho muito receio das consequências desse uso indiscriminado de agrotóxicos a longo prazo. Bem não pode fazer!

Quando venho com a cadeirinha de alimentação da cozinha para sala, Davi pára tudo q estiver fazendo e vem engatinhando até ela. Ele adora almoçar e jantar. Reclama e tudo se a gente demorar a servi-lo. A quantidade consumida vem crescendo dia após dia e ele come muito melhor na janta do q no almoço. Depois dessas duas refeições, toma suquinho, de preferência de laranja para aumentar a absorção do ferro, e água.

Mas, como nem tudo é perfeito, Davi dá um trabalhinho para comer a fruta. Aceita bem maçã, pêra, banana, laranja e abacate. Odeia mamão e kiwi. Tb não aceitou bem suco de melancia, melão e água de côco. Aliás, ele não curte muito o suquinho. Ainda falta experimentar outras frutas e eu vou continuar insistindo pq o paladar dos bebês muda a toda semana. Mas, tudo indica q o pequeno vai gostar mais de sal do q doce, o q não é ruim quando pensamos q provavelmente ele levará isso para a vida.

Já falei outras vezes mas não canso de repetir: a cada dia o Davi amadurece mais. Cada dia é mais tranquilo lidar com ele, entender os seus desejos. Fiquei muito assustada com o início de vida dele. E se vc q me lê tb se assustou, fique tranquila, VAI PASSAR! Mesmo assustada, mantenha a calma. Isso é fundamental para dar tranquilidade aos pequenos e mostrar para ele q a vida é assim mesmo. Afinal, “tô na pista pra negócio”!

no pediatra, aos 7 meses

Ontem foi dia de pediatra. Estava ansiosa para pesar o Davi depois da tal desaceleração de crescimento dos cinco meses. Não q eu estivesse neurótica com isso. Mas queria confirmar q com a introdução da comida tudo tinha voltado ao normal. Não deu outra, Davi engordou 1,2 kg! Ufa!

Agora vai começar a jantar (minha última esperança de uma boa noite de sono) e já pode comer arroz, feijão e carne no almoço. Como estou dando uma mamadeira de fórmula para ele por noite, perguntei se podia engrossá-la com uma frutinha e fiquei feliz com a resposta positiva. Vamos ver se vai ajudar à noite. Pode ser q faça o efeito contrário mas não custa nada tentar.

Se não ajudar em nada, precisaremos tirar na marra pelo menos algumas mamadas noturnas. O dr. Antonio deu a idéia de tentar dar um suquinho ou água no lugar do peito. Segundo ele, o Davi acorda pq quer o contato físico com a mãe. E isso não é bom para ninguém. Estou rezando para o jantar e a mamadeira antes de dormir ajudar. Se não, vai ser brabo! Rezem por mim, tá? Prometo voltar por aqui para comemorar algumas boas horas de sono ou chorar as mágoas das noites mal dormidas.

Contei para o dr. Antonio q o Davi aceita melhor o almoço do q a frutinha e ele disse q isso é bem normal. Ele pediu para experimentar bastantes sabores e não deixar de dar nenhuma. O paladar do bebê é muito variável.

Davi foi super elogiado pelo tio Antônio! Além de uma aparência saudável, ele se desenvolve muito bem. Segundo o pediatra, está fazendo coisas de bebês de 10, 11 meses. Saímos do consultório distribuindo sorrisos felizes!

PESO: 8,100 kg ::::::::: ALTURA: 68 cm

os primeiros alimentos, a primeira impressão

Eu já falei várias vezes por aqui q a amamentação foi um pouco desgastante para nós. Não sei se a culpa foi da minha natureza ou da natureza dele. Só sei q por vários momentos achei q não fosse conseguir chegar aos seis meses. Mas, como vivia um dia de cada vez e nem todos os dias foram ruins, tirei forças de onde só as mães tiram para completar o ciclo recomendado para a amamentação.

Passado esse período inicial, chegou a hora do Davi conhecer o mundo colorido das frutas, legumes e verduras. O pediatra resolveu introduzir suco, almoço e frutinha de uma só vez. Eu confesso q gostei. Estava doida q o Davi tivesse outros recursos alimentares além do peito. Faz dez dias q ele toma suquinho de laranja lima de manhã e come frutinhas à tarde. Começamos com a banana, o mamão, a maçã e a pêra. E desde segunda-feira, ele almoça três tipos de legumes, um branco, um verde e um amarelo.

Por orientação do pediatra e de uma grande amiga nutricionista especialista em alimentação infantil, estou só amassando os alimentos. Nada pode ser batido, peneirado ou misturado. Não se preocupe, eles não se engasgam. Cozinho, amasso bem e coloco no prato os legumes separados. Pego um pouquinho de cada um e dou para o Davi na colher. Vez por outra dou uma colherada com cada qualidade de legume. A idéia é q ele possa distinguir bem os sabores de cada alimento. Tb amasso ou raspo a frutinha e dou uma por dia.

Optamos por tentar dar o máximo de alimentos orgânicos para o Davi. Sabemos do mal q os agrotóxicos e os adubos químicos fazem para o nosso organismo. Como o Davi tá só começando a vida, queremos muito evitar q ele consuma esses alimentos. Me indicaram uma excelente lojinha de orgânicos perto da minha casa. Os preços são praticamente os mesmos da feira e tem muita variedade. Sem falar q para ter um filho saudável a gente faz qualquer esforço, não é mesmo?

Davi aceitou super bem os alimentos. Ainda não recusou nenhum e já abre a boca para recebê-los. Ele chega a pegar a minha mão com a colher e colocar na boca dele. É impressionante como os nossos pequenos se adaptam às mudanças. Cada vez q o Davi abre a boca espontaneamente para receber os alimentos vejo o quão rápido ele tomou consciência do papel da comida na sua vida. Ainda estamos formando a rotina e os horários e a quantidade está longe do ideal. Mas aos poucos tudo vai se ajeitando. Até o sono melhorou, reacendendo minhas esperanças de uma noite bem dormida. Mas como estamos bem no início de tudo, prefiro falar sobre isso mais pra frente.

Estou mega feliz por o Davi ter aceitado bem a comida. Eu sempre tive muita dificuldade de comer. Até hj não como todos os legumes e verduras. Fruta então, nem se fala. Só gosto de banana e dos sucos. Tenho muito medo q o Davi herde essa minha dificuldade. Por isso, pretendo me esforçar ao máximo para incentivá-lo a ter uma alimentação saudável. Gordices só daqui há muuuiiiiiito tempo. Estamos ainda bem no início desse proceso mas, pelo visto, começamos bem!

A QUEM INTERESSAR:

– o trabalho da Iris (minha amiga nutricionista) com crianças é maravilhoso. Ela tem muito jeito para introduzir os alimentos de forma leve e divertida. Vale a pena! O email dela é irislengruber@hotmail.com.

– Veio da Roça Orgânicos – Avenida Sete de Setembro, 121. Tel: 2711-9105. Chega verduras fresquinhas toda terça, quinta e sábado. Nos outros dias eles dão um descontinho e entregam em casa. É só ligar e pedir!

5 meses

Cinco meses. Como está passando rápido! O meu cotoquinho cresce sem parar e a cada dia nos traz uma novidade. Super risonho, Davi nos assusta com o seu equilíbrio. Já fica sentado sozinho (com a gente por perto) e sustenta perfeitamente a cabeça. Quer ver o mundo ao seu redor e por isso o carrinho é muito pouco para ele. Ainda não rola pra lá e pra cá mas segura os dois pezinhos com a mão e leva à boca. As noites de sono melhoram progressivamente e as sonecas do dia se tornaram mais regulares. Já consigo ver uma rotina bem definida à caminho. Não raro acorda e fica sozinho no berço com os seus brinquedos. Volta e meia sorrir enquanto o Chico desfila pela sala. Ainda exige muito a nossa atenção. Davi quer sempre a gente por perto e a recíproca é bem verdadeira. Ainda é exclusivo do leite materno e isso sim é uma grande vitória!

amamentação = determinação

Sempre tive dúvidas se conseguiria amamentar. Sou da geração Nestlé, em que a amamentação era pouco incentivada e as mamadeiras eram insanamente engrossadas com maizena. Também tenho seios pequenos, o que me dava a impressão de que não conseguiria armazenar a quantidade suficiente para alimentar uma criança. No entanto, descobri que muito do que pensava era mito e que a determinação é o principal pré-requisito da amamentação. E eu queria muito viver essa experiência.

O parto normal seria o melhor método para facilitar a produção de leite. Nele, a placenta já está pronta para o nascimento do bebê e os hormônios, equilibrados, facilitam a descida do leite. Já na cesárea marcada, esse processo não ocorre.  Quase sempre a placenta não está pronta, os hormônios não entendem o que está acontecendo e a produção inicial do leite fica prejudicada. Infelizmente, o parto normal era uma possibilidade distante. Logo, descartei a cesária marcada.

Procurei uma maneira de amenizar os efeitos negativos que a cirurgia poderia trazer.  Insisti com meu médico que não queria marcar a cesária. Fiz uma série de exercícios direcionados para facilitar o trabalho de parto na minha ginástica para gestante (coincidência ou não, todas as vezes que fazia esses exercícios sentia contrações mais fortes). Também conversei com o pediatra e combinamos que ele colocaria o Davi para mamar ainda na sala de parto. Essa medida também facilita a descida do leite e proporciona a emoção de ter seu filho tão pertinho de você logo após deixar o calorzinho da barriga da mamãe.

Por ultimo, chamei uma consultora em amamamentação no dia seguinte ao nascimento do Davi. Esse serviço deveria ser oferecido por todos os hospitais mas infelizmente não é bem assim que funciona. A Fabiola Costa, que também é doula, foi fundamental no período inicial do aleitamento. Ela corrigiu a pega do Davi, examinou as mamas e me deu toda segurança e apoio necessários para continuar no meu propósito. Sem falar nas dezenas de dicas por telefone nos meus primeiros dias de mãe.

No mais, procurei manter uma dieta balanceada e bebi muita, mas muita água. A água é o combustível fundamental para o aleitamento. Estabeleci uma meta de beber no mínimo seis litros por dia, principalmente enquanto estava amamentando. Aqui a família pode ajudar bastante. Era só o Davi começar a mamar que o Leandro, meu marido, vinha com os copos de água.

Hoje, o Davi já vai fazer dois meses e nunca precisou tomar nenhum complemento. As perninhas estão começando a ficar rechonchudas e em todas as visitas ao pediatra só recebemos elogios. É a certeza de que todo esforço valeu muito à pena.

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