adeus mamadeira da madrugada

Desde que fizemos o desmame noturno, aos 7 meses, o Davi tomava uma mamadeira por madrugada. No início, achávamos que ele aos poucos ia se acostumar e não acordar mais. No entanto, com os passar do tempo, a ficha caiu e ficou bem claro que ele estava adorando essa história de forrar o estômago na madruga. E cadê forças para tirar a dita cuja? Sabíamos que ele ia chiar, estávamos trabalhando muito e eu acordava como uma sonâmbula para dar a mamadeira. Como que ia conseguir ter serenidade para conversar com o pequeno, mostrar que ele não precisava mais desse “leitinho” e que já era um rapaz, enquanto muito provavelmente ele estaria se esguelhando em nível máximo? Não dava, pelo menos naquele momento não.

E eu sou muito assim: só gosto de tomar atitudes com o Davi quando me sinto segura. Esse negócio de tentar, a criança chorar e a gente ceder não é muito comigo não. Ou vou até o fim ou nem vou. Mas aí que na consulta de 1 ano com o pediatra, ele orientou a tirar a mamadeira da noite e da madrugada. Ahn? A da noite? Também não entendi muito bem. Segundo ele, esses são costumes desnecessários criadas pela educação antiga. Continuei sem entender muito bem mas como sou obediente tentei me acostumar com a idéia de que o Davi só mamaria de manhã. Na verdade, achei que teria mais forças para tirar a mamadeira da noite já que não teria que acordar no meio madrugada para tal.

Um belo dia, tentamos. E foi um desastre! O Davi chorou initerruptamente durante uma hora. Se debatia, gritava, ficou rouco. Antes que você ache que nós somos malvados, durante todo esse tempo estivemos ao seu lado, segurando a mão, falando baixinho que tudo daria certo, cantando musiquinhas, dando todo o nosso amor para mostrar que estávamos com ele naquele momento difícil. Mas no fundo, eu não estava segura para tirar aquela mamadeira. Não com ele tão pequeno. Ele se acostumou a mamar antes de dormir, o estômago dorme mais confortável, é bom para nós na hora de colocar na cama. Chega! Não quero mais tirar essa mamadeira. Aí, cedemos! No entanto, ali mesmo decidimos que tentaríamos com a da madrugada.

Deixamos passar uns dias para nos acostumarmos com a idéia e somarmos forças para tal. Davi já está com 1 ano e dois meses, passou da hora de entender que a noite foi feita para dormir. Aproveitamos o fim do horário de verão para mudar também o hábito de assaltar a lata de leite de madrugada. Ao contrário do que imaginávamos, não foi tão dificil. Acho que por ele estar sonolento, não consegue ter tanta força para demonstrar sua indignação. E o melhor (e o pior) dessa história toda é que ele estava acordando umas 3 horas depois de dormir, quando o Leandro ainda estava acordado. Isso facilitou muito!

No primeiro dia ele chorou quase 40 minutos até pegar firme no sono. Na verdade, ele alternava momentos de choro com cochilos de 2 minutos. Depois dormiu até 6h30, quando mamou. No segundo dia, chorou 15 minutos e foi até quase 7h. No terceiro, tentou demonstrar uma reação maior e chorou quase meia hora. No quarto, resmungou mas só duas batidinhas no bumbum foram suficientes para levá-lo de volta ao sono profundo. No quinto, ele resmungou umas duas vezes mas pegou no sono fácil também.

E no meio disso tudo o Leandro me obrigou me convenceu a o colocarmos na cama para dormir (o berço é bicama). Apesar de hoje em dia adorar quartos motessorianos, eu ainda achava meio cedo para isso. Não sei se porque como toda a mãe a gente demora a encarar o crescimento do filho ou se acho que ainda podíamos aproveitar mais o berço. Mas estou quase convencida que foi bom. Davi agora acorda sozinho e vai nos procurar. Esses dias acordou 5h20, foi pro meu quarto, me chamou e continuou dormindo. Eu achei lindo!!! Que isso não se repita sempre. Não posso correr o risco de gostar!

E desde então, assim tem sido. Ele já teve algumas noites inteiras de sono mas ainda não desistiu de dar uma resmungadinha de vez em quando. Nada que uns tapinhas no bumbum ou uma chupetinha não resolva. O que me consola, é que cada bebê tem sua fase difícil, sua particularidade. A do Davi sempre foi essa mas em contrapartida ele come bem, dorme duas vezes durante o dia, é tranquilo para lidar. Só se aproveita de qualquer mosquitinho passando pelo berço de madrugada para despertar. Só.

Passamos de fase mas ainda não conquistamos o objetivo. Assim seguimos na luta mais deliciosa de toda a vida: a maternidade.

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A rotina tem sido assim:

* mamadeira de manhã, por volta de 6h30

* o pequeno termina de dormir

* café-da-manhã, por volta de 8h30

* soneca da manhã

* almoço, por volta de 12h

* soneca da tarde

* lanche da tarde, por volta de 16h

* jantar, por volta de 19h30

* mamadeira da noite, por volta de 21h30

– Usamos o Aptamil 3.

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me rendi

A chupeta esteve nos meus planos muito antes do Davi nascer. Tinha convicção de que ela faria diferença nos momentos de angústia do meu cotoco. Queria inclusive que ele tivesse de várias cores para combinar com as roupas ( a louca!). Mas, como a maternidade vem para nos mostrar de vez que nós nem sempre estamos no controle, Davi não quis saber da bendita. Para dizer a verdade, ele chupou um pouquinho quando chegou do hospital mas conforme ia mamando mais, menos interesse tinha. Tentamos por algumas semanas e acabamos desistindo.

Mas, todas as vezes que meu esgotamento dava sinal de vida, pulava uma pulguinha atrás da orelha dizendo se não valeria a pena tentar de novo. Algumas vezes desistia logo, outras tentava e ele nem tchum. Até que começamos a fazer o desmame noturno, aos sete meses. Tiramos o peito da madrugada e o de depois do almoço. Substituímos por mamadeira e um belo dia percebi que o Davi ao invés de beber o leite estava só sugando o bico. Plim, plim (piscou uma luzinha em cima da cabeça)! Fui eu pegar a chupeta que tinha comprado no mês anterior (no auge do desespero eu comprei uma chupeta +6 meses). Coloquei na boca do Davi com o coração acelerado. Mais da metade de mim não queria que ele pegasse a bendita. Mas o pouquinho que me restava de esperança por momentos menos angustiantes me obrigava a tentar. Tcham tcham tcham! O danadinho pegou de primeira e eu quase caí dura no sofá. Como pode uma criança que rejeitou meses e meses a chupeta, colocá-la na boca como se tivesse saído de mim com uma? Eu, hein!

Mas quem disse que eu ia deixar? Fizemos uma reunião, discutimos os prós e os contras e decidimos não dar a chupeta. Ele já estava com sete meses, em pouco tempo íamos passar um sufoco para tirá-la. Além disso, estávamos caminhando para o desmame definitivo e tínhamos grande chance de confundir tudo. NÃO! Não nos renderíamos!

Dois meses passaram, o Davi já não mamava mais no peito, dormia super bem e acordava uma vez de noite. Estávamos dando 3 mamadeiras: uma de noite, uma de madrugada e uma depois do almoço. Sem essa ele não dormia à tarde. Isso já me incomodava porque acabava sendo bem próximo da hora do almoço. Passava o dia bem humorado até chegar o final da tarde, início da noite. Nessa hora batia uma angústia nele, uma necessidade de algo a mais. Mamadeira nem pensar! O pediatra tinha liberado de 2 a 3 e ele já usava as três chances. Tentamos de muitas formas e nada resolveu. Até que um belo dia, ele estava caindo de sono, chorando muito, eu tentei fazê-lo dormir, minha mãe tentou e nada funcionou. Num ímpeto revolucionário, peguei a chupeta e coloquei na boca do bichinho. Ele desmaiou na mesma hora. Foi instantâneo: colocamos a chupeta e ele dormiu como que dizendo que era aquilo que estava faltando.

Desde então, nos rendemos. Mas assumimos um compromisso familiar de só ceder em momentos ligados ao sono. Acordou, bye bye chupeta. E tá funcionando bem! Substituimos a mamadeira de depois do almoço e é nessa hora que usamos mais. De noite tem vezes que ele dorme com e tem vezes que dorme sem. Dificilmente passa a madrugada chupando e não acorda porque caiu. De manhã, o seu melhor horário ever, ele não chupa nunca, nem para o cochilinho matinal.

E a chupeta realmente conforta a criança. Já aconteceu de sairmos para comer uma pizza com amigos e conseguirmos ficar até um pouquinho mais tarde porque o Davi conseguiu dormir com a ajuda da chupeta.

Se eu disser que estou feliz porque agora usamos chupeta estarei mentindo. Não era o que eu queria nesse momento. Mas estava difícil lidar com esses momentos de maior angústia. Era nítido que o Davi sentia falta de alguma coisa para sugar. E eu estava receosa de ficar dando muita mamadeira a ele. Por mais que a minha razão pedisse para não dar porque depois teríamos o trabalho de tirar, a minha intuição pedia para tentar.

Estamos tentando. Por enquanto, estou satisfeita com os limites impostos às situações e horários. Mas ele tem apenas dez meses e talvez ainda não tenha consciência do que esteja acontecendo. Com o passar do tempo, a dependência tende a evoluir. Pretendo estar sempre atenta para se amanhã achar que não vale mais, jogar a chupeta fora.

Dúvidas que não querem calar: até quando ele vai chupar? vamos ser fortes o suficiente para tirar? ele vai ter crises de abstinência? vou me arrepender MUITO depois? Aguardem as cenas do próximo capítulo!

psicomotricidade

A primeira vez que ouvi falar de psicomotricidade foi através de uma vizinha da minha mãe. O filho dela se expressava muito bem. A gente achava lindo e um dia ela nos contou que ele participava de um grupinho de psicomotricidade. Os anos passaram e eu engravidei. A idéia do Davi participar de um ambiente assim me agradava já que nada sabia sobre o desenvolvimento infantil, suas etapas e formas de estimulação.

Davi nasceu e só fui pensar de novo no assunto quando ele tinha cinco meses. Para minha decepção, o pediatra não liberou a natação. Alegou que a relacão benefícios / riscos não valia a pena. Segundo dr. Antonio, o risco dele desenvolver uma otite é muito alto e o benefício muito pouco. Ele só liberaria para crianças com problemas respiratórios, o que não era o caso do Davi (graças a Deus). Queríamos inserir o Davi num ambiente para socialização. Lembrei do tal grupinho de psicomotricidade.

Agendei uma entrevista e logo gostei do espaço. Uma sala ampla, com blocos de colchão e vários tipos de brinquedos. O primeiro encontro também foi bom. Conversamos sobre o desenvolvimento do Davi, nossas dúvidas e incertezas. A psicóloga nos explicou que ele participaria de uma turma com outros bebês e que nós o acompanharíamos até 1 ano. Isso me agradou bastante. Não que eu tenha problemas em deixá-lo sozinho numa atividade. Mas gostei de poder ter idéias para estimular na nossa casa.

Adorei a primeira aula. Confesso que fiquei até emocionada de ver o Davi se inserir na socialização perante a sociedade. Meu bebê está crescendo, conquistando seu lugar no mundo, buscando ser uma pessoa melhor. Sem palavras para descrever essa satisfação.

Quando entrou, aos cinco meses, o Davi estava começando a rolar. Umas duas ou três aulas foram suficientes para ele dominar a “técnica” e passar para a fase seguinte. Aos seis meses, começou a ficar de quatro e se balançar pra frente e pra trás. Chegou a dar umas passadinhas mas foi aos sete meses que ele engatinhou de verdade.

Gostamos muito do trabalho do Ser. As meninas montam um circuito de atividades e estimulam os pequenos a participar. Além disso, tem outras atividades que envolvem concentração, equilíbrio, coordenação motora. E todas essa atividades são oferecidas através das brincadeiras. Entre outras coisas, o circuito tem rampa, escada, túnel, pula pula. Também trabalham com bola de pilates, bolinhas de sabão e muitas músicas. Eu fico toda boba de ver o Davi fazendo tudo isso.

Segundo as psicólogas, “a criança é convidada a passar por diferentes níveis simbólicos através da ação espontânea, do movimento, do desenho, da construção e da verbalização. Através dessas experiências, a criança toma consciência das suas sensações, percepções e cognições, fazendo com que se sinta segura para arriscar e vencer desafios, proporcionando conhecimento a cerca de si mesma, dos outros e do meio em que vive.”

Após o primeiro mês, tivemos uma avaliação proveitosa com uma das meninas. Estava vivendo um conflito interno em relação ao desmame e ela me mostrou que (psicologicamente falando) seria uma forma de estimular a autonomia do Davi, o amadurecimento e que eu não estaria fazendo mal a ele por isso. O pequeno se desenvolvia bem, aceitava tudo que lhe era proposto e mostrava uma boa concentração. Ela também nos deu algumas dicas de como lidar com ele no dia a dia, tipo não atendê-lo imediatamente após todos os chamados e tirar do seu alcance alguns objetos da casa que ele não pudesse mecher.

Pretendemos que o Davi fique lá até pelo menos 3 anos – o primeiro ciclo proposto por elas. Em breve, ele vai subir mais um degrau e ficar sozinho com a turminha. E nós estaremos do outro lado torcendo que tudo dê certo nessa escada do desenvolvimento.

A QUEM INTERESSAR:

– Ser em Desenvolvimento: 9272-1745 (www.seremdesenvolvimento.com)

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* não esqueci do post final do desmame, tá? Mas o ritmo do trabalho, da cabeça e do coração está INTENSO demais e acaba me impedindo de conseguir falar sobre um dos assuntos que mais mecheu comigo na maternidade. Espero em breve estar com a serenidade em dia *

desmame – parte 3

A introdução alimentar do Davi não poderia ter sido melhor. No quinto mês, ele tinha dado uma desacelerada no crescimento. Como faltava só umas duas semanas para completar seis, optamos por deixar tudo como estava e entramos com suco, almoço e fruta de uma vez. Ele ADOROU!!! Logo nos primeiros dias, já pegava a minha mão e colocava na boca dele como q entendendo o papel da comida na sua vida.

Vivi um dos momentos de maior emoção da nossa história. Ter completado seis meses de amamentação exclusiva foi uma grande vitória. Talvez eu mesma acreditasse pouco q conseguiria. Por várias vezes pensei em desistir, em entrar com complemento. No entanto, a teimosia não deixava. Pensava assim: se o Davi estava ganhando peso e fazendo mais de seis fraldas de xixi por dia, era o sinal de q estava sendo alimentado. Logo, era só continuar com a livre demanda. Mesmo sendo incômodo para ele e para mim, seria por pouco tempo. Vivi um dia cada vez, respirando fundo a cada manhã. E funcionou!

E aos seis meses, começamos a viver o nosso melhor momento. Eu ainda não dormia mas já conseguia respirar. Ele já ficava sentado e a vida mudou depois disso. Parou de chorar para andar no carrinho e começou a brincar sozinho com os brinquedos. Nós ganhamos mais autonomia e segurança. Era um sinal de q a intensa fase de adaptação estava chegando ao fim. Isso já me dava muita tranquilidade e força para seguir a diante.

Curtimos muito essa fase. Adoro preparar a comidinha dele. Tenho um prazer imenso de comprar, organizar, preparar, colocar no prato e dar a comida. Primeiro pq sempre pensei em comprar alimentos orgânicos para minha casa e acabava adiando os planos por q era mais caro e tal. No entanto, depois q o Davi nasceu decidimos q isso seria prioridade nas nossas vidas. Atualmente, a imensa maiores dos legumes, verduras e frutas aqui de casa são orgânicos. A saúde da família agradece muito. Segundo pq me sentia mais livre para sair com ele e passar o dia fora. Apesar de um monte de gente ter me falado q ficaria com saudade do peito exclusivo pq era mais prático, eu nunca senti isso. Talvez pq o Davi nunca me deu uma sensação de saciedade depois de mamar. Essa sensação só sentimos quando ele começou a comer. E por último, nunca tive problema em parar em qualquer lugar para dar comida.

Mas a esperança de uma noite mais justa de sono estava quase descartada. Não, ele não dormiu mais depois de almoçar e jantar. Pelo contrário, quanto mais o tempo passava, mais ele acordava. Depois dos seis meses, eram quatro, cinco vezes por noite. Estava bem claro para nós q o Davi acordava pq tinha o vício do peito e queria o calorzinho da mamãe. Eu estava fisicamente esgotada. Não aguentava mais levantar tantas vezes à noite. E nada me convencia q aquilo estava sendo bom para o meu pequeno. O meu coração de mãe sempre disse q o Davi só teria uma noite de sono tranquila depois q parasse de mamar. Refletimos, conversamos e decidimos: tinha chegado a hora.

desmame – parte 1

Davi não mama mais. Já faz quase um mês. Demorei a conseguir falar sobre isso aqui. Primeiro pq foi muito difícil tomar essa decisão tão definitiva. Segundo pq aceitar q no meu ponto de vista o desmame era o melhor para a nossa família tb foi difícil. Além de tudo isso, tô na fase mais intensa de trabalho do ano, sem tempo e disposição para nada além de cuidar do Davi, da família e das minhas noivas. Logo, falar sobre o q me faz sentir uma pontinha de culpa foi adiado muitas vezes. No entanto, não quero deixar de falar. Muito se fala sobre a amamentação prolongada, seus benefícios, sua importância mas pouco se fala sobre as adversidades e o desmame. Por isso, quero deixar aqui a minha experiência.

Longe de mim desestimular a amamentação. Defendo com unhas e dentes a amamentação exclusiva até seis meses. Nossos filhos precisam muito disso. E, com pouquíssimas exceções, todas as mulheres são capazes de amamentar. O meu objetivo com esse post é mostrar para vc q me lê q vc não é a única a passar por todas essas dificuldades. Todas passam! A amamentação está longe de ser um caminho só de flores. Para muitas, e eu me incluo nesse grupo, o único prazer da amamentação está em saber q estamos oferecerendo o melhor para o nosso filho.

Ainda grávida, decidi q iria amamentar. Queria muito viver essa experiência. Sabia q não seria fácil. Mas confesso q não imaginava tantas dificuldades no nosso caminho. Logo nos primeiros dias tive uma dolorosa mastite, acompanhada de febre alta, calafrios e muita dor no seio. Resisti bravamente e continuei amamentando o pequeno, sem complemento. Mais ou menos nessa mesma época o Davi começou a mamar muito. Muito mesmo. Eu amamentava praticamente de hora em hora. Me lembro q na hora do almoço, acabava de amamentar e ia para a cozinha esquentar a comida. Qd sentava na mesa, ele acordava e não dava tempo de comer. Tinha q parar tudo para dar mama de novo. Isso se repetiu quase todos os dias durante semanas.

Hoje consigo falar o quanto aquele momento foi difícil. Tinha acabado de ter o meu primeiro filho, sonhei demais com aquele momento, os hormônios estavam em ebulição, me cobrava estar MUITO feliz. Não q estivesse infeliz mas a “vida” nos vende uma imagem de maternidade 100% feliz q eu acho quase impossível sentir nos primeiros dias q sucedem ao nascimento do primeiro filho.

Davi nasceu em 22 de dezembro. Tive alta do hospital na véspera do Natal. Durante 28 anos passei essa noite com a grande família Antunes. Dois dias intensos com mais de 50 pessoas. Esse ano passamos eu, o Leandro, o Chico, minha mãe, minha irmã e o Davi, o melhor presente de todos os tempos. A noite foi ótima mas serei hipócrita se disser q não senti falta dos burburinho, da gritaria, do avanço à ceia, da minha vó preocupada se a comida ia dar para todo mundo, do amigo oculto, das risadas, da troca de presentes e da deliciosa rabanada da matriarca dos Antunes.

Depois veio o reveillon, q foi ainda mais difícil. É nessa época q viajamos e aproveitamos para descansar da alta temporada de casamentos. Estamos sempre acompanhados de amigos e curtindo os primeiros dias do verão, minha estação do ano favorita. E neste verão, a praia, meu refúgio favorito, era uma realidade impossível. Depois disso, ainda veio o Carnaval e eu já estava louca como retomar a vida. Mas o Davi ainda não permitia.

Como uma mãe obediente ao pediatra, eu não saía com o Davi para lugares fechados. E sob um sol de rachar, não dava nem para ir a lugares abertos. A melhor opção era ficar em casa no ar condicionado. E este é o programa q menos gosto na vida. Nas horas vagas amo estar na rua, conversando, vendo as modas, passeando. Além disso, todas as vezes q a gente experimentava um programa novo, o Davi estranhava. E tem coisa mais desgastante do q estar fora de casa com um bebê chorando, se sentindo mal? Parei de tentar sair e me recolhi ao conforto do lar.

Somado à tudo isso, ainda tinha as cólicas, q foram intensas até os 2 meses. Eu não comia nada (e isso tb mechia muito comigo) e o Davi teve muitas dores. O pediatra dizia q isso era normal, q fazia parte da formação intestinal mas ver o seu filho tão pequeno, tão indefeso, gritar de dor é de cortar o coração.

O primeiro filho faz isso com a gente, né? Programei milhões de coisas antes do Davi nascer, estava super ansiosa para lhe apresentar o mundo, tinha certeza q teria controle de tudo e quando ele chegou me vi sem o controle de nada. Não era dona nem mais do meu corpo. O meu tempo, o meu peito, a minha alimentação eram dele. O meu coração tb. E só mesmo esse amor q nasce junto com filho para manter a serenidade da mãe intacta.

Lá trás eu não tinha consciência do quanto tudo estava sendo difícil para mim. Só hoje consigo ver isso. Graças a Deus, consegui manter a calma. Repetia para mim o tempo todo q o Davi precisava de mim, q para ele estava sendo muito mais difícil. Vivi um dia de cada vez, contando os minutos para essa fase inicial passar rápido. Sonhava com os três meses. Todo mundo dizia q tudo passava no terceiro mês. Mas com o Davi não foi bem assim e esse é o assunto do próximo post.

nove meses

Davi agora já é rapaz. Aquela carinha de bebê tá indo embora. A cada dia ele interage mais, nos olha mais, nos entende mais, fala mais, brinca mais. Uma delícia!

Dança em pé, faz vem com a mão e dá tchau. No carro, pega no volante e na marcha, mostrando q observou bem o jeito q o papai dirige. Já sabe brincar de carrinho. Sai engatinhando e empurrando o carro com uma das mãos. E nos impressiona a cada novidade. Normal isso, né?

Estamos vivendo um caso de amor com o Discovery Kids. Gente, q canal lindo e educativo. Não sabia q era assim. Os desenhos sempre passam uma mensagem de boas maneiras, de cidadania, de respeito à natureza e ao próximo. O Davi AMA os Backyardigans. Qd começa a musiquinha, faz uma festa danada. Ainda não assiste o desenho todo mas está sempre atento às músicas. E já os reconhece. Fomos numa loja comprar o DVD e quando a vovó mostrou para ele, deu um sorrisão e fez vem com a mãozinha. E o Dock e suas musiquinhas? Q coisa mais fofa!

Reagiu bem ao desmame. Está mamando uma ou duas vez por dia, geralmente de madrugada. Menos por ele e mais por mim. Queria muito q os dentinhos nascessem antes do desmame total. Às vezes necessito de um marco, sabe? Resquícios da neura pela disciplina. Os danados estão escondidinhos ainda. Essa semana até parecia q estavam dando sinal. Davi ficou com nariz entupido, olhos caídos, enjoadinho, coçando muito as gengivas. Olhava para a gente com uma carinha de quem dizia: “tá acontecendo alguma coisa estranha comigo!”. Mas até agora nada de rompimento.

O sono melhorou MUITOOOO! De dia e de noite. Acorda no máximo duas vezes de madrugada e tira duas sonecas longas, de manhã e de tarde. O q mais me deixa feliz é ele ter parado de acordar chorando muito. Hoje ele desperta, fica em pé no berço e espera por nós. Satisfeito!

O ruim dessa história é q ele está tomando mais mamadeiras. O pediatra liberou de 2 a 3. Ainda não conseguimos fazer menos de três. Mas tb não passamos disso. Por enquanto, tá funcionando assim. Q isso seja apenas uma transição e q em breve a gente consiga introduzir TUDO nos copos.

Vamos finalmente mudar a cadeirinha do carro e essa é a minha grande esperança do Davi parar de reclamar. Esse talvez seja o nosso principal duelo. O menininho nunca gostou de andar no bebê conforto. Não sei se pq ele sempre mamou muito (não dava tempo de chegar ao nosso destino para amamentá-lo) ou se ele não gosta de andar de costas, sem ver o mundo. Eu só sei q essa é uma das minhas principais fraquezas. Ele até anda na bendita cadeira mas quase sempre é a custa de muito choro. Além disso, eu nunca consegui sair de carro sozinha com ele. Isso nem é um grande problema pq adoro caminhar e me viro bem de taxi. Mas não tem coisa melhor do q autonomia total, né gente? Oremos para tudo dar certo!

desmame noturno

Faz quase um mês q estamos batalhando pelo desmame noturno. Davi chegou ao ponto de acordar de hora em hora durante uma semana. Não dava mais para continuar. Ou eu SURTAVA ou ele ia dormir na minha cama ou a gente fazia o q o pediatra tinha autorizado e q era mais coerente: o desmame da noite.

Surtar não dava pq mais do q nunca o Davi precisava da minha força e segurança para mostrar q aquilo não era necessário para sua vida. Passamos por outros momentos difíceis e sempre me mantive calma. Não era agora, numa “ótima” oportunidade de mostrá-lo quem estava no controle, q eu ia desistir.

Cama compartilhada sempre foi um dos meus principais medo. Eu, Camilla, casada com o Leandro, sempre tentei evitar q o Davi estivesse na cama com a gente. Primeiro pq acredito q na vida tudo precisa ter ordem. A cama é do papai e da mamãe, o berço é do Davi. Fizemos um quarto lindo para recebê-lo e precisamos usá-lo. Segundo pq o Chico, nosso cachorro, dorme nos nossos pés. Agora isso nem é mais um problema pq os dois já se enroscam q é uma beleza. Mas no início eu tinha medo desse contato muito próximo.

E aí vcs vão me perguntar: ué, cadê a ordem? Bom, o Chico é um cachorro. A hora q eu não quiser mais q ele durma nos nossos pés, eu posso colocá-lo para fora do quarto e fechar a porta. Ele não vai chorar, esperniar. Vai simplesmente dormir na sua caminha. Fácil assim! Como ele se comporta bem, resolvemos manter o padrão pré-Davi. (temos certeza q muito em breve ele vai mudar de cama. Ou alguém duvida q os pés do Davi serão muito mais atraentes para ele?)

Por último, o Davi passa o dia todo com a gente, o q já cria uma certa dependência. Preciso trabalhar e ele precisa dormir com alguém para isso. Imagina se ele dormisse na nossa cama? Tudo poderia ser bem mais difícil.

O fato é q desejo muito q o Davi tenha autonomia, disciplina e segurança. Acredito q tudo q fizermos agora será mais fácil para ele mais tarde. Acho muito mais difícil tirar da cama depois. É lógico q ele pode ficar doente e por cansaço eu colocá-lo na cama comigo e ele acabar não saindo. Não estou livre disso. Mas, enquanto tiver força, prefiro levantar de hora em hora para amamentá-lo na poltrona.

Por essas e outras, respiramos fundo e partimos para o desmame noturno. Dentro de nós, algo dizia q seria o melhor para ele. A primeira noite foi pavorosa. Amamentei e uma hora depois estava o baixinho acordado. Leandro pegou ele no colo, conversou, explicou q ele tinha acabado de mamar e q era a hora de dormir. Ele chorou mais de 30 minutos. Era um choro sentido, alto, revoltado, de quem não estava sendo atendido. Meu coração doía de ouvir e de não poder chegar nem perto. Quanto mais cheiro do peito ele sentisse, mais sofrido seria. Tentava me distrair com outras coisas mas as lágrimas insistiam em cair. Repetia um mantra para mim mesma: vai ser melhor para ele, vai ser melhor para ele. Até q ele dormiu. E dormiu por 3 horas seguidas, o q não acontecia há muuuuuito tempo. Era o sinal q devíamos continuar com a orientação do pediatra.

O segundo dia tb foi difícil. Ele chorou mais do q o primeiro. Nos mantivemos firmes. Ele já tinha dormido melhor no dia anterior. Pensava: precisamos estar no controle. Isso faria toda a diferença no nosso caminho. E deu certo de novo. Ele dormiu umas quatro horas. A partir da terceira noite as coisas começaram a melhorar. O Davi já aceitava dormir com o Leandro. Mas tinha q ser o Leandro. Comigo a história era bem diferente. Cheguei a tentar fazê-lo dormir uma vez mas não deu muito certo. Ele não parava de chorar, já era madrugada, Leandro estava preocupado com os vizinhos e eu acabei cedendo. Foi a primeira e última vez q tentei. Prefiro não tentar do q tentar e ceder no final. Se eu levantar, já amamento logo.

Quase sempre o Leandro faz o Davi dormir. Ele acorda umas 3 horas depois, o papai nina ele de novo ou dá uma mamadeira e ele dorme mais umas 3 horas. Até tem dias q ele dorme quatro, cinco horas direto (e isso tem se repetido cada vez mais). Mas na maioria das vezes o esquema funciona assim. Aí eu levanto e dou mama. Ele dorme mais umas duas ou três horas e mama de novo. E acorda com outra fisionomia: sem chorar, sozinho, levanta e fica em pé no berço, conversando sabe-se lá com quem.

Estamos longe do ideal da noite inteira de sono. Mas já conseguimos mudar a realidade de acordar muitas vezes de madrugada. Hoje eu levanto umas duas vezes e acho isso o máximo.

Faz umas duas semanas q tb tiramos o peito antes da soneca da tarde. E já estamos sentindo a diferença. A rotina de sono do dia melhorou MUITO. Na maioria das vezes, ele dorme quase duas horas. Antes, ele acordava de 30 em 30 minutos e sempre chorando muito por ter acordado. Agora dificilmente ele dorme menos de uma hora e acorda de um jeito bem mais feliz e satisfeito.

A nossa idéia é desvincular o sono do peito. Assim será mais fácil para o desmame definitivo. Sim, nós já optamos pelo desmame. No início me senti uma megera só de pensar nisso. Mas agora, com o apoio do Leandro (sempre ele!) já me livrei da bendita culpa e me resolvi com a questão. Psicologicamente falando, acreditamos q será o melhor para ele nesse momento. Mas esse assunto polêmico fica para um próximo post. Wish me lucky!!!

(alô, alô companheiros de blog, essa é apenas a minha opção enquanto mãe. Eu acho mesmo q todo mundo precisa estar bem resolvido com as suas questões. Se o seu filho dorme na sua cama e vc é feliz assim, viva esse momento sem culpa. Uma hora ele vai querer voltar para o quarto dele. Caminhos diferentes levam ao mesmo lugar! O tempo está passando MUITO rápido, não dá para ficar perdendo tempo com sofrimentos. Vambora ser feliz, minha gente! Nossos pequenos merecem!!!)